quinta-feira, maio 01, 2014

2014 ano de luta

2014 já se caracteriza por uma intensa luta de trabalhadores, incluindo a persistência das lutas dos sectores dos transportes; das grandes manifestações de alguns sectores, como os bolseiros de investigação aos os agentes de segurança, agricultores, pensionistas e reformados; assim como, grandes jornadas nacionais de luta, culminando nas grandes manifestações do 25 de Abril e 1º de Maio. E a luta irá prosseguir, anunciando-se lutas intensas nos meses de Maio e Junho, com grandes manifestações nacionais a 14 de Junho, em Lisboa e Porto.

Esta compilação vem na sequência das de anos anteriores. Baseiam-se numa recolha de notícias do jornal Avante! e sítios sindicais. É portanto incompleta, mas já dá ideia da intensidade da luta. (ver 2006, 2007, 2008, 2009, 2010, 2011, 2012, 2013)

JANEIRO
  • Greve dos dos trabalhadores das autarquias de Lisboa contra os ataques aos trabalhadores, a transferência de competências da Câmara Municipal de Lisboa para as freguesias e a ameaça de privatizações de serviços (semana de Natal até 5/jan) 
  • Greve dos trabalhadores da Linha Saúde 24 e concentração à porta dos centros de atendimento de Lisboa e do Porto, em protesto contra os despedimentos em curso, que consideram ser uma "retaliação clara por parte da empresa por estes trabalhadores não terem aceitado a redução salarial e exigirem um contrato de trabalho em vez do ilegal falso recibo verde".(4/Jan) 
  • Prosseguem as lutas no sector dos transportes: dia 7, os trabalhadores da Rodoviária do Tejo fazem greve e concentram-se em Torres Novas, pelo aumento dos salários e contra a caducidade do AE; greve dias 9 e 10 na Barraqueiro Ribatejana exigindo o fim da discriminação e aplicação do descanso compensatório, o aumento dos salários e a melhoria das condições de trabalho; mantêm-se greves ao trabalho extraordinário na EMEF, na CP Carga e na CP; greve no Metropolitano de Lisboa (23/Jan). 
  • Um aumento salarial de 30 euros, com efeitos ao primeiro dia deste ano, foi conquistado na Vidromor, em Montemor-o-Novo. A reivindicação fazia parte do caderno reivindicativo aprovado pelos trabalhadores e apresentado à empresa em Dezembro. 
  • Na loja da FNAC na Guia (Albufeira), voltaram a ser colocados assentos para os trabalhadores em todos os balcões, informou o CESP/CGTP-IN. A direcção da loja tinha decidido retirá-los, alegando que trabalhar em pé resultaria em maior produtividade, mas teve que recuar, após intervenções dos trabalhadores e do sindicato. 
  • Dois meses depois de ter sido despedido, sob uma falsa acusação, um trabalhador da Rádio Popular e dirigente do CESP foi readmitido, depois de responder ao processo disciplinar. A empresa tentou acordar com o trabalhador uma compensação monetária para que prescindisse do posto de trabalho, mas a iniciativa patronal saiu frustrada. 
  • A Renoldy, em Alpiarça, foi autuada pela Autoridade para as Condições do Trabalho por ter feito a substituição de um trabalhador em greve, durante a paralisação geral de 27 de Junho do ano passado. 
  • Os trabalhadores da Imprensa Nacional Casa da Moeda concentraram-se (22/Jan) frente ao Ministério das Finanças, no quadro da luta em defesa dos Serviços Sociais e cumprimento do Acordo de Empresa. 
  • Vitória dos distribuidores da Pizza Hut, a quem a Ibersol pretendeu reduzir a contrapartida por cada entrega ao domicílio, de 1,17 euros para 67 cêntimos. Os trabalhadores avançaram para a greve, no dia 24, quando a medida iria entrar em vigor. Com adesão praticamente total em grande parte das lojas, umas dezenas de trabalhadores deslocaram-se nas suas motos de trabalho à sede da empresa e esta acabou por suspender o corte, comprometendo-se a iniciar um processo de negociação com o sindicato. 
  • três horas diárias de greve (21-25/Jan) dos assistentes operacionais de acção médica do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (hospitais da Universidade, dos Covões, Pediátrico, Centro Hospitalar Psiquiátrico e maternidades Bissaya Barreto e Daniel de Matos) pelo cumprimento da organização dos horários por turnos (prevendo jornada contínua em todos), o fim do «banco» de horas e dos «saldos negativos», o cumprimento da carga horária diária e semanal e do direito a folgas e descanso complementar. 
  • Grande manifestação de bolseiros de investigação e outros membros da comunidade científica, junto à sede da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), em Lisboa, com o lema «Contra os cortes na Ciência e no Emprego Científico, Exigimos soluções!». (29/Jan)  
FEVEREIRO
  • Dia Nacional de Luta convocado pela CGTP-IN trouxe às ruas, muitos milhares de pessoas, contra a exploração e o empobrecimento, pela demissão do Governo e a antecipação das eleições legislativas, por uma ruptura com o memorando da troika e por uma alternativa de esquerda e soberana; em Lisboa e mais duas dezenas de cidades, abrangendo todos os distritos e regiões autónomas. 
  • Dia de protesto no Sector dos Transportes, com concentrações de ferroviários nas estações de Campanhã, Santa Apolónia, Alfarelos e Faro (4/Fev) Concentração dos trabalhadores e reformados da Carris e do Metropolitano de Lisboa (7/Fev) na Praça Luís de Camões, junto ao Ministério da Economia. 
  • Concentração dos trabalhadores da Electro Lugares Tabua na presidência do Governo Regional da Madeira, em luta pelo pagamento de salários em atraso, ao fim de duas semanas de greve. (10/Fev) 
  • Greve dos 30 trabalhadores da «Bom Pão», no Funchal (12-/fev) pelo pagamento dos salários em atraso. 
  • Iniciativa pública promovida pelas associações profissionais de militares, no dia 13, reuniu algumas centenas de pessoas, na Praça Luís de Camões, num fim de tarde com chuva. Oficiais, sargentos e praças aplaudiram as intervenções dos presidentes da AOFA, da ANS e da AP. 
  • Acordo positivo dos estivadores do Porto de Lisboa sobre várias matérias, que motivaram uma dura e prolongada luta dos trabalhadores, a qual foi agora levantada. O Acordo inclui a reintegração dos 47 trabalhadores da A-ETPL (associação-empresa de trabalho portuário, responsável pelo fornecimento de mão-de-obra aos operadores) que foram despedidos em 2013; e a reintegração dos 18 que foram dispensados em Janeiro, enquanto os 29 que foram despedidos em Junho serão «colocados sempre que necessário, na qualidade de trabalhadores da A-ETPL, como eventuais» 
  • Greve os trabalhadores da Kemet Electronics, de Évora (14/Fev), com deslocação ao Ministério da Economia, para exigirem queo Governo faça a sua parte, para evitar uma nova deslocalização dos equipamentos e das encomendas de condensadores de tântalo para o México, com o despedimento de 127 trabalhadores. Nova greve a 27. 
  • Greves dos trabalhadores da Imprensa Nacional Casa da Moeda frente ao edifício da administração, contra as alterações ao Regulamento dos Serviços Sociais da INCM 
  • O Tribunal de Trabalho de Viana do Castelo confirmou 167 contra-ordenações aplicadas pela ACT à Europac Kraft Viana, por esta não ter remunerado com o acréscimo legal o trabalho prestado na Sexta-feira Santa, em 2011. 
  • O Tribunal da Relação de Évora confirmou que a ATF, do Grupo Portucel Soporcel, tem que reintegrar dois trabalhadores contratados através da Tempo Team e que foram ilicitamente despedidos, em 2012, na fábrica de Setúbal. O Tribunal da Relação de Lisboa confirmou que a Somincor tem de pagar com juros os prémios que ilegalmente descontou aos trabalhadores que participaram nas greves gerais de 24 de Novembro de 2011 e 22 de Março de 2012. 
  • Milhares de pessoas milhares de pessoas desfilaram nas ruas de Lisboa e Porto contra a política do Governo e da troka dos credores, exigindo a demissão do governo, na «Marcha contra as injustiças e as desigualdades» convocada pela CGTP-IN (27/Fev) 
MARÇO
  • Semana de concentrações dos trabalhadores da Administração Local frente ao Ministério das Finanças (3-7/Mar), para exigir que o Governo dê seguimento aos muitos acordos de entidade empregadora pública (ACEEP) firmados com freguesias e municípios. 
  • Milhares de profissionais das forças e serviços de segurança fizeram a maior manifestação de sempre do sector, incluindo agentes da PSP, da GNR, da ASAE, do SEF, da Guarda Prisional e da Polícia Marítima, contra redução dos vencimentos, o aumento dos descontos para os subsistemas de saúde e da repetição dos congelamento das progressões, e um vasto conjunto de problemas relativos a diferentes serviços e forças de segurança. (6/Mar) 
  • Greve dos trabalhadores da Moviflor, pelo pagamento dos salários de Janeiro e Fevereiro (8/Mar) 
  • Greves de duas horas por período de trabalho (10-14/Mar) dos trabalhadores da Carris Bus (constituída a partir das oficinas da Carris) 
  • Greve dos trabalhadores das minas da Panasqueira (10/Mar) contra a alteração dos horários de trabalho e por melhores salários. 
  • «Semana Nacional de Protesto e Luta» de 8 a 15 de Março, convocada pela CGTP-IN, exigindo aumentos salariais e pela defesa de direitos, junto com a exigência de substituição do Governo e antecipação das eleições legislativas, para abrir caminho a uma política de esquerda e soberana. 
  • Protestos de reformados no distrito de Setúbal, com concentrações junto a serviços da Segurança Social, na Baixa da Banheira, no Barreiro, em Setúbal, em Almada e na Amora, em protesto «contra as políticas de direita do PSD/CDS-PP, de cortes atrás de cortes, que estão a empobrecer os reformados». 
  • Acordo com a Manutenção Militar para o pagamento de uma verba superior a 600 mil euros, correspondente a indemnizações por subsídio de turno, em dívida a 80 trabalhadores civis de nove Messes do Exército, nos distritos de Lisboa, Porto, Évora e Faro 
  • Diversas manifestações de estantes por todo o país assinalando o Dia do Estudante (24/Mar) e denunciando a falta de investimento no Ensino Superior. Manifestações em Lisboa também a 2 de Abril. 
  • Marcação de uma reunião com Ministério da Administração Interna depois de polícias municipais e de guardas-florestais terem convocado acções de protesto junto à porta do ministério.
  • Manifestação de jovens no Dia Nacional da Juventude (28/Mar) contra a precariedade e o desemprego. 
ABRIL
  • Milhares de pequenos e médios agricultores vindos de todo o país manifestaram-se em Lisboa contra as imposições governamentais e exigiram políticas que defendam o mundo rural, convocação da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) (3/Abr) 
  • Greve dos trabalhadores da Sojitz Beralt Tin & Wolfram, concessionária das minas da Panasqueira (3-4/Abr), para exigir melhores salários e melhores condições de vida e de trabalho, e recusar a alteração dos horários de trabalho. 
  • Acção Nacional de Activistas Sindicais, pelo aumento de salários, reposição das 35 horas e repseito pela contratação colectiva (8/Abr) 
  • Greve na HPEM (Sintra) tanto na recolha de lixo, como nos serviços administrativos, revelou o STAL, face à atitude do presidente da Câmara Municipal de Sintra, ao não garantir as condições da cedência destes trabalhadores para os SMAS (8-11/Abr) 
  • Mais de 15 mil reformados, pensionistas e idosos participaram nas marchas «Por Abril, contra o roubo nas pensões», convocadas pelo o MURPI 
  • Os trabalhadores da Parmalat em luta pelo Acordo de Empresa e pelo aumento dos salários, com greve aos feriados e ao trabalho suplementar 
  • Manifestação de mais de 130 trabalhadores do sector da hotelaria e do turismo (8/Abr) frente à sede da Confederação do Turismo Português, contra o congelamento dos salários, pela melhoria das condições de vida dos trabalhadores e pela revisão do contrato colectivo de trabalho
  • luta no sector da hospitalização privada, onde apesar da saúde do sector os trabalhadores auferem salários muito baixos, enfrentam a recusa da negociação salarial por parte da associação patronal e, nalguns casos, não vêem respeitado o contrato colectivo de trabalho de 2010. 
  • Readmissão, por ordem judicial, de vários trabalhadores em distintas empresas: dois trabalhadores despedidos na ATF (Grupo Portucel), depois de terem estado mais de um ano com contrato de trabalho temporário; de um trabalhador despedido na SN Seixal com a justificação da caducidade do contrato de trabalho por motivos de saúde; de uma trabalhadora despedida na SEAE Iluminação por faltas relacionadas com a assistência a um filho menor; de um trabalhador da Peguform que contestou o termo do contrato de trabalho a termo incerto, ao fim de oito meses de trabalho; de seis trabalhadores ilegalmente despedidos na Compelmada. Reconhecimento, pelo Tribunal da Relação de Évora, dos direitos de 37 trabalhadores da Salemo & Merca que se tinham despedido por terem salários em atraso; a celebração do acordo entre a empresa Nutriquim (Barreiro), 12 trabalhadores e o sindicato, ao cabo de quatro anos de luta jurídica para a aplicação do Acordo de Empresa da Quimigal; ou o reconhecimento da existência de discriminação sindical a dois trabalhadores da Inapal Plásticos. 
  • Greve do guardas prisionais (17/Abr-6/Jun) entre 19-8h durante semana e 24h durante fim-de-semana, exigindo a integração de todo o pessoa nos novos índices da nova tabela remuneratória e dos suplementos no vencimento, a promoção de pessoal nas categorias das carreiras e a negociação por uma escala única a nível nacional. 
  • Inúmeras iniciativas em torno das comemoração dos 40 anos do 25 de Abril, incluindo um desfile muito participado pela Avenida da Liberdade, em Lisboa. 
  • Concentração (29/Abr) de de reformados e pensionistas do Metropolitano de Lisboa, para exigir o pagamento dos retroactivos.

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