segunda-feira, dezembro 31, 2012

Lutas de 2012 - 2ª parte


Resumo de lutas em 2012, a partir de Maio (ver aqui para Jan-Abril), usando essencialmente informação do jornal Avante!.


Maio 2012

  • Grande jornada de celebração e luta no 1º de Maio.
  • Luta dos trabalhadores da Cel-Cat, em Morelena (Sintra), pelo direito a um salário digno, pela defesa da contratação colectiva e pela valorização do trabalho (21/5-1/6).
  • Protesto de agricultores contra o «programa de desastre nacional», acordado entre as troikas e o Governo, e por melhores políticas agrícolas.defesa da produção nacional, a melhoria dos preços e o combate à especulação (4/5)
  • Greve na EDA (Electricidade dos Açores) ao trabalho suplementar e às deslocações.
  • Greve no sector dos transportes contra o roubo dos salários e dos subsídios de férias e de Natal, é pela manutenção dos postos de trabalho(17 e 22/5)
  • Vigília dos trabalhadores da Ensul Meci frente às instalações da sede da construtora, no Monte de Caparica, reclamando o pagamento de remunerações em atraso (17-24/5)
  • Greve dos trabalhadores da Artlabel (ex-Califa), em São João da Madeira para exigirem o pagamento dos salários. (25/5)
  • Greve na Portucel em defesa do Acordo de Empresa (25-29/5)

Junho 2012

  • Concentração, em Cacilhas, de pescadores, que exigem um novo local para colocarem as suas embarcações (1/6)
  • Protesto do Barreiro e do Funchal, na banca e na limpeza, «contra a exploração e o empobrecimento, pela mudança de política» (2/6)
  • Concentração pela manutenção do Instituto de Oftalmologia Gama Pinto, que o Governo quer encerrar. (6/6)
  • Protesto dos trabalhadores da administração local, no Porto e Lisboa, contra a exploração e o empobrecimento. (8 e 16/6)
  • «Concentrações de desagrado» dos sargentos e praças num «requiem pela condição militar, pelas promoções, contra o corte nos subsídios». (5 e 20/6)
  • Greves parciais dias 11, 12, 18 e 19, dos trabalhadores dos centros de atendimento da EDP, subcontratados à Tempo-Team, em Odivelas e Lisboa, e à Reditus, em Seia (11,12,18,19/6)
  • Greves no sector dos transportes, Soflusa e Transtejo (14 e 18/6), na CP e CP Carga, na EMEF e na STCP, contra o novo código de trabalho. 
  • Greves parciais dos trabalhadores da limpeza urbana da Câmara Municipal de Lisboa (11 e 17/6)
  • Vigília dos enfermeiros do Centro de Reabilitação da Região Centro contra a precariedade, os baixos salários e a violação dos seus direitos decorrente do regime de subcontratação em que se encontram há três anos merece (21-22/6)
  • Manifestação nacional de trabalhadores da Função Pública como forma de protesto contra o roubo dos subsídios de férias e de Natal.(22/6)
  • Protesto dos trabalhadores das cantinas, refeitórios e fábricas de refeições, em Lisboa, contra o boicote patronal à contratação colectiva e para reivindicar a retoma das negociações. (28/6)
  • Concentração dos trabalhadores da Fiequimetal e o SITE-Norte contra o bloqueio à contratação colectiva e os baixos salários impostos pela associação patronal, de cuja a Herdmar é membro dirigente. (28/6)
  • Manifestação dos trabalhadores do sector das cantinas, refeitórios e fábricas de refeições de todo o País, em defesa do Contrato Colectivo de Trabalho, por melhores salários e condições de trabalho e contra a precariedade, os horários de trabalho escravizantes e as alterações ao Código do Trabalho (28/6)
  • Acção de protesto, na Covilhã, face ao ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, quando se preparava para sair do Parque de Ciência e Tecnologia (28/6)


Julho 2012

  • Concentração de trabalhadores da Grandupla, na Marinha Grande, em protesto contra o despedimento colectivo de que foram alvo, quando não foram cumpridos os prazos estipulados por lei. (2/7)
  • Protesto dos trabalhadores da ESABE, empresa que efectua limpeza nos comboios e bilheteiras da CP, em Lisboa, pelo pagamento dos salários como está na Lei e no seu Contrato Colectivo de Trabalho, ou seja no último dia de cada mês, e de todos os salários em atraso. Os trabalhadores estiveram ainda em luta contra a alteração unilateral do plano de férias. (3/7)
  • Protesto dos bolseiros de investigação científica frente ao Ministério da Educação e Ciência, em Lisboa, para reclamar o reconhecimento como trabalhadores, e o fim dos atrasos nos pagamentos que lhes tornam a vida precária.(5/7)
  • Protesto nacional de professores e educadores (12/7)
  • Greve dos médicos contra o concurso público lançado pelo Ministério da Saúde, para contratação de dois milhões e meio de horas de trabalho médico através de empresas de trabalho temporário e ao mais baixo preço por hora.(11-12/7)
  • Manifestação dos trabalhadores das creches e dos equipamentos pré-escolares da Segurança Social, contra a transferência de 24 equipamentos para as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) (13/7)
  • Protesto dos trabalhadores da Saint Gobain Sekurit Portugal, de Santa Iria da Azóia, em defesa e manutenção do emprego com direitos, da produção nacional, do aumento dos salários e da contratação colectiva. (13/7)
  • Concentração de trabalhadores do call-center da Optimus, frente à sede da Sonaecom, no Parque das Nações, chamando a atenção para as graves consequências da política de subcontratação da marca de telecomunicações de Belmiro e Paulo Azevedo. (19/7)
  • Protesto dos enfermeiros, através de «hospital do protesto», a fim de denunciarem publicamente a política do Ministério da Saúde e reafirmarem que: necessidades permanentes devem corresponder a vínculos laborais permanentes. O ministro da Saúde e o Governo propõe-se pagar aos enfermeiros subcontratados 3,96 euros à hora. (20/7)
  • Greve dos enfermeiros com contrato individual de trabalho do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes contra o não pagamento dos turnos e do trabalho extraordinário. (24-26/7)
  • Concentrações de professores contra a extinção deliberada de postos de trabalho. (-27/7)
  • Greve a todo o trabalho suplementar na Somincor, em resposta à intenção da administração de aplicar as alterações do Código do Trabalho.
  • Greve na Carristur, pela uniformização das relações contratuais e das condições salariais, pelo cumprimento integral do contrato colectivo, pela negociação de um acordo de empresa, por melhores salários, contra o roubo dos subsídios de férias e de Natal e contra a redução a metade do valor do trabalho suplementar (20/7)
  • Protesto e greve dos carteiros de Leiria contra a alteração dos horários de trabalho e consequente  perda de salário e qualidade do serviço postal. (25/7-10/8) 


Agosto 2012

  • Greve na seguradora Cares contra a deslocalização de serviços para o call-center em Évora, entregue à Reditus, parte de uma estratégia de «emagrecimento à força», que visa preparar a privatização daquela empresa do Grupo Caixa Seguros e Saúde. (3 e 6/8) 
  • Greve nas cimenteiras Secil e CMP, que fazem parte do Grupo Semapa, a partir das zero horas de sábado, dia 4, contra o novo código de trabalho e suas normas de retribuição do trabalho suplementar. (4/8)
  • Na  fábrica de semicondutores CSP, em Almada e na Visteon, greve ao trabalho suplementar depois de o patrão anunciar que iria reduzir o pagamento do trabalho suplementar em 50 por cento e eliminar o respectivo descanso compensatório. (4/8)
  • Greve dos mineiros da Panasqueira e de Neves-Corvo contra a aplicação do novo código de Trabalho (4/8)
  • Greve de 24 horas na Luís Simões, a maior empresa nacional de transporte de mercadorias e a maior da Península Ibérica na área da logística, porque a administração pretende reduzir as remunerações dos motoristas. (6/8)
  • Greve dos trabalhadores portuários e marítimos contra a modificação do regime jurídico do trabalho portuário (14/8)
  • Greves nos transportes a todo o tipo de trabalho suplementar, na CP, CP Carga, na Refer, no Metropolitano de Lisboa, na Carris e STCP no primeiro feriado sob o novo Código do Trabalho, que eliminou o descanso compensatório remunerado e reduziu para metade a retribuição por trabalho suplementar.(15/8)


Setembro 2012
  • Centenas de milhares de portugueses manifestam-se em várias cidades do país sob o lema "Que se lixe a troika! Queremos as nossas vidas!". Em Lisboa, a manifestação convergiu na Praça de Espanha. Vários milhares de manifestantes foram ainda da Praça de Espanha até defronte da Assembleia da República.
  • Vigílias dos trabalhadores da RTP,  junto à residência oficial do primeiro-ministro e na delegação da empresa no Porto, contra a privatização da RTP .(17/9)
  • Milhares de pessoas manifestaram-se frente ao Palácio de Belém, enquanto ali decorria a reunião do Conselho de Estado. (21/9)
  • Greves dos pilotos de barra e pessoal do controlo marítimo, nos dias 17, 18 e 25; dos estivadores, a 19 e 20; dos trabalhadores das administrações portuárias, nos dias 21 e 24, contra a alteração do regime laboral do sector marítimo-portuário, que traria de volta a praça de jorna.
  • Greve na Rodoviária do Alentejo e na Trevo (Transportes Rodoviários de Évora) (19/9).
  • Greve parcial no Metropolitano de Lisboa (27/9)
  • No Hospital de S. Teotónio, os trabalhadores da SUCH que manuseiam os resíduos decidiram parar o trabalho, exigindo da empresa fardamento, luvas, calçado e todo o tipo de equipamento de segurança adequado ao serviço que executam (26/9)
  • Milhares de pessoas manifestam-se no Terreiro do Paço, em Lisboa (29/9)


Outubro 2012

  • Pessoal da limpeza urbana de Lisboa manifestou-se até ao Largo do Intendente, em protesto contra a degradação das condições de segurança e saúde no trabalho, a falta de material básico e a falta ou desadequação de equipamentos de protecção individual. (1/10)
  • Marcha dos trabalhadores dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo contra a privatização da empresa (1/10)
  • Grebe na Number One, que assegura a limpeza industrial no Hospital do Barreiro, contra constantes atrasos no pagamento de salários, pelo pagamento de horas descontadas indevidamente e pelo cumprimento do contrato colectivo do sector e do acordo laboral específico do local de trabalho (1/10)
  • Lutas e greves no sector dos transportes, incluindo Transtejo e Soflusa, Scotturb, Rodoviária de Lisboa, STCP e na EMEF, Rodoviária do Alentejo, e Metropolitano de Lisboa, em defesa da contratação colectiva, dos Acordo de Empresa e a salvaguarda do serviço público de qualidade e acessível a todos.
  • Greve ao trabalho extraordinário dos trabalhadores da indústria e energia, nos casos em que o patronato, a pretexto das alterações ao Código do Trabalho, tentou reduzir a sua remuneração: Sakthi, Groz-Beckert, Tegop, MBO Binder, Camo, Petrogal, Europac Embalagens, Continental Mabor, Funfrap, Renault Cacia, Grohe, BTW (Minas da Panasqueira), Somincor (Minas de Neves-Corvo), Multifllow, Fapajal, Copan, Portucel, AdP, Fima, INCM, EPAL, Iglo Olá, Lisnave, Alstom, Portucel, REN Gasodutos, Parmalat, Visteon, Delphi (Seixal), CSP, MFS, Exide (Tudor), EDP Distribuição, EDP Produção (Central de Sines).
  • Milhares de trabalhadores, por todo o país participam na «Marcha Contra o Desemprego, por um Portugal com Futuro», contra a política de direita e o pacto de agressão, determinados a prosseguir a luta para travar o passo ao Governo e impor uma alternativa ao rumo das troikas.
  • Vigília e Tribuna Pública na Moveaveiro, em Aveiro, (16/10). Os trabalhadores da empresa municipal de transportes condenam a entrega à Transdev, gratuita e sem concurso público, dos circuitos mais lucrativos enquanto a Moveaveiro ficará com as actividades mais deficitárias, em preparação da sua privatização. 
  • Greve nas refinarias de Matosinhos e de Sines da Petrogal, em defesa de direitos acordados, contra o aumento da exploração do trabalho.(17-19/10)
  • Greve dos jornalistas e demais trabalhadores da LUSA para exigir que o Governo mantenha o valor do contrato-programa. (18-21/20)
  • Protesto nacional dos GNR vindos de todo o País, em Lisboa, reclamando a restituição dos subsídios, o cumprimento das tabelas remuneratórias, a concretização das promoções em atraso e «um horário de trabalho digno e humano», defendendo que «Segurança pública exige profissionais motivados» e «melhores instalações, mais equipamento», exigindo o direito ao sindicato naquela força de segurança. (24/10)
  • Greve dos trabalhadores da Rodoviária do Tejo e da Ribatejana (entre outas na órbita da Barraqueiro Transportes) (26 e 29/11) e paralisações (30/10 -2/11)
  • Greve dos trabalhadores da Scotturb (2 e 31/10). A 31 a empresa chamou a GNr e a força policial foi usada contra o piquete de greve, chegando a ocorrer actos de agressão. 
  • Manifestação de trabalhadores frente à Assembleia da República de oposição à política de «austeridade» e ao Governo. aquando do início da discussão do Orçamento do Estado. (31/10)

Novembro 2012

  • Greve na Caixa Geral de Depósitos, com adesão de 80%, contra o roubo nos salários e pensões e a privatização da CGD, anunciada pelo Governo (2/11)
  • Cinco mil polícias vindos de todo o País, convocados pela ASPP/PSP, manifestaram-se frente à Assembleia da República, apelidando o Governo de «gatunos» e insistindo na exigência de fazer conjugar os seus direitos e a missão da instituição com os valores da revolução de Abril (6/11)
  • «Concentração da família militar», na Praça do Município em Lisboa (10/11).
  • Protestos «Contra Merkel, a exploração e a colonização» assinalando a passagem da primeiro-ministro Alemã por Lisboa (12/11)
  • Uma das maiores Greves Gerais até hoje realizadas, de rejeição do pacto de agressão das troikas, de clara afirmação que é necessário acabar com este Governo, com dezenas de manifestações e piquetes de greve por todo o país e nos mais diversos sectores. (14/11)
  • Manifestação junto à Assembleia da República, no dia da discussão e votação do Orçamento do Estado para 2013 (27/11)


Dezembro 2012


  • Greve na EDP para exigirem que a empresa recue na drástica redução do pagamento do trabalho suplementar e em dias feriados. (1/12).
  • Protesto de dezenas de pessoas junto à Pousada de Palmela, onde ministro Miguel Relvas almoçar, em oposição à extinção de freguesias, a exigência de salários, emprego, direitos e serviços públicos, a reclamação de medidas concretas para fazer face aos prejuízos nas vinhas do distrito.
  • Greves na CP, na CP Carga, na Refer e na EMEF, na Scotturb, na Soflusa, na Rodoviária do Tejo, Transtejo, Metropolitano de Lisboa, contra o embaratecimento do trabalho e em defesa dos direitos. As administrações insistem em não respeitar a contratação colectiva, preferindo remunerar o trabalho suplementar pelas regras que as troikas incluíram na legislação laboral, com alterações vigentes desde 1 de Agosto, mesmo depois de a ACT já ter esclarecido que a lei apenas delimita os valores mínimos.
  • Greve aos feriados dos trabalhadores da BA Vidro, na Marinha Grande (1 e 8/12).
  • Greve, seguida de paralisações parciais, dos operários da fábrica de Évora da Kemet Electronics, contra o anunciado despedimento colectivo e deslocalização da empresa (13/12-)
  • Greve dos trabalhadores da Fehst Componentes, em Braga, contra o despedimento colectivo de 40 camaradas, e contra mais despedimentos previstos pela administração (13/12) 
  • Milhares de pessoas concentraram-se frente ao Palácio de Belém pedindo ao Presidente da República que não promulgue o Orçamento de Estado. O PR não recebeu a delegação da CGTP que havia pedido audiência há mais de um mês (15/12).
  • Luta dos trabalhadores da TAP contra a privatização da empresa, com  plenário e na marcha (dia 18/12), na vigília à porta do Conselho de Ministros (19/12) e inúmeras outras iniciativas. A CGTP-IN  salientou que «com a privatização da TAP, tal como da ANA, está em causa o futuro de praticamente todo o sector do transporte aéreo nacional, representando mais de 20 mil postos de trabalho, mais de dois mil milhões de euros anuais, em exportações, e directamente mais de três por cento do PIB». Em resultado da luta, o governo recuou – por agora – nas privatizações.
  • A FENPROF assinalou que  tinham sido atingidas as 100 condenações em tribunal, porque recusa pagar aos professores a compensação por caducidade dos contratos. (19/12)
  • Tribuna pública em frente à Segurança Social em Braga, para exigir que sejam recuperados os atrasos verificados na atribuição do Fundo de Garantia Salarial (19/12).
  • Dezenas dos 93 trabalhadores, do Bingo do Salgueiros, no Porto, despedidos em 20 de Outubro concentraram-se desmascarando as afirmações do Presidente aos trabalhadores que estavam despedidos por falta de dinheiro, quando a sala «facturou, só em 2011, mais de 12 milhões de euros»  (19/12)
  • Tribuna de protesto «contra o Natal das desigualdades e injustiças sociais» em Lisboa, denunciando  publicamente a grave situação em que vivem milhares de pensionistas e aposentados e apontando responsabilidades à política de direita (20/12).
  • Milhares de pessoas, vindas de Norte a Sul do País, manifestaram-se em Lisboa, frente ao Palácio de Belém, para protestar contra o Projecto de Lei da Reorganização Administrativa do Território e a extinção de um número significativo de Juntas de Freguesias (22/12)
  • Greve dos trabalhadores da Hotelaria na Madeira pela falta de pagamento dos subsídios de Natal e da retribuição correspondente ao trabalho prestado em dias feriados (25/12 e 1/1)

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