terça-feira, março 05, 2013

Greves no Sector dos transportes


Nos próximos dias vão registar-se várias greves no sector dos transportes (CP, REFER, Rodoviária; ver em http://hagreve.com/
Antes de começarem a refilar com as dificuldades de transportes devido à greve, procurem entender os seus motivos, pois os trabalhadores do sector não lutam apenas pelo cumprimento do seu contrato colectivo de trabalho, lutam também em defesa de todos os contractos colectivos, em defesa do sector público dos transportes e de transportes com qualidade a preços sociais, e contra a postura do Estado, que se desresponsabiliza face aos serviços públicos mas oferece milhões às empresas privadas.
Vejam a imagem anexa para entenderem para onde vai o dinheiro dos bilhetes e passes: as recentes subidas são resposta das administrações que passam o custo de pagamento de juros para os passageiros. 
Como foram incorridas estas dívidas? Por exemplo, as linhas e estações da Fertagus (empresa privada) foram construídas pela REFER (empresa pública) que contraíu uma dívida superior a 500 milhões de euros; e os seus novíssimos comboios foram pagos pela CP (empresa pública). A dívida “da Fertagus” está, assim, escondida nas contas da REFER e da CP, por dívida, ao operador privado. Ou seja, as empresas públicas, e por arrasto os seus utentes, estão a pagar indirectamente os lucros das empresas privadas. Acresce que a Fertagus recebeu cerca de 200 milhões de euros em 'indemnizações compensatórias" previstas nos contratos de Parceria Público-Privado. A Metro Sul do Tejo (consórcio privado que gere o metro de superfície de Almada) recebeu em 2012 7,4 milhões de euros, como compensação "por procura insuficiente", relativo ao primeiro trimestre. Isto é, a PPP prevê que face à falta de passageiros a MST seja compensada pelo Estado, ou dito de outra forma o Estado paga à MST para não transportar passageiros. 
Assim Estado apoia estas empresas privadas directamente e indirectamente, através das "prendas" das empresas públicas, que além de verem o investimento do Estado reduzido, "oferecem" material aos privados, incorrendo dívidas e tendo de pagar os juros agiotas. Não haviam as empresas privadas de ter uma gestão aparentemente tão mais eficaz que as empresas públicas.  (ver mais em http://www.fectrans.pt/index.php/informacao/comunicados/13-populacao/362-saiba-para-onde-vai-o-dinheiro-dos-utentes-da-cp)

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